O Sped Social ou eSOCIAL vai promover mudanças significativas na comunicação de informações trabalhistas das empresas para o governo. Por ser online, a fiscalização de prazos será muito mais rigorosa, demandando um total controle por parte dos departamentos pessoais. Inicialmente previsto para entrar em vigor para todas as empresas em janeiro de 2014, o eSOCIAL deverá agora ser implantado de maneira gradativa. Leia a entrevista com o diretor do SESCON-PS, Diogo Chamun, estudioso do assunto:

SESCON-RS - O governo acena com um modelo de implantação gradativa, que alivia as micro e pequenas empresas num primeiro momento. Foi um avanço?

DIOGO CHAMUN - O eSOCIAL é a forma de cumprir as obrigações acessórias nas areas trabalhistas e previdenciárias. Apesar de não trazer nenhuma alteração na legislação trabalhista, entendo que a implantação será desgastante, já que requer mudança de cultura e em alguns casos de estrutura das empresas. A implantação gradativa é importante, já que as pequenas empresas têm menos recursos e teriam mais tempo para adaptaçao.

SESCON-RS - Quais impactos positivos/negativos os representados do SESCON-RS vão sofrer?

CHAMUN - Para os representados do Sescon-RS vejo dois momentos distintos: implantação e rotina mensal. No primeiro haverá muito envolvimento e desgaste, pois uma mudança estrutural e as empresas de menor porte estão (mal) acostumadas que tudo é resolvido pelo contador. Após esta fase, acredito na melhora substancial na rotina das empresas contábeis, pelo fato do cliente ter que se organizar para o cumprimento dos prazos. Independente dos momentos, entendo que é uma oportunidade de valorização do segmento contábil.

SESCON-RS - O que vai mudar na relação empregado/empregador?

CHAMUN - Como não há mudança na CLT, não era para ter nenhuma alteração na relação do empregado com o empregador. A grande mudança vai ocorrer nas empresas que não cumprem prazos e/ou obrigações, situação esta que fica inviabilizada com o eSOCIAL.

SESCON-RS - O governo alega que o eSOCIAL, além de desburocratizar o acesso às informaçães trabalhistas irá diminuir a incidência de fraudes. É verdade?

CHAMUN - Sim. Realmente como já acontece com os outros projetos do Sped (Nfe, EFD Contribuições, EFD ICMS/IPI, ECD...), as duas grandes frentes são a desburocratização e a fiscalização. Porém as experiências com os outros "Speds" não são boas, pois a desburocratização é muito lenta e as empresas, após a entrega dos arquivos eletrônicos, permanecem entregando outras obrigações acessórias.

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Fonte: http://www.jornalagora.com.br/site/content/noticia